terça-feira, 21 de setembro de 2010

The day after

Nestas duas últimas semanas, houve muito escândalo na mídia, muitos supostos dossiês, muitos verdadeiros podres apareceram, mas afinal, o que aconteceu com o processo eleitoral ? Se lermos os jornais internacionais, distantes do ruído local, como quem olhando bem do alto do Pão de Açucar só se observa o movimento das ruas; o barulho nem chega lá. Nestes se observa o resultado das pesquisas, pura e simplesmente. Pouco se lhes dá se os nossos jornais perderam a vergonha definitivamente. Se lermos os jornais locais ( há excessões ) parece estarmos diante, não de uma campanha eleitoral, afinal o que está escrito nada tem de cobertura jornalística, é pura e simplesmente uma ação de desespero, mas diante de uma ação evasiva. Percebe-se claramente que já perderam o senso de direção. Algo me diz que trata-se do medo do "The day after" . Não da obra cinematográfica de Roland Emmerich, mas do que será capaz a Dama de Aço. Cobrará as dívidas reais do BNDES? Irá retirar a propaganda do Banco do Brasil, da Caixa, do Governo etc..? Eis a grande dúvida. Por isso entendo o gesto sábio de Dona Lilly Marinho. Sabe-se lá ?...ter de trocar champanhe francês por água de côco?
Vejo que os bombeiros não chegaram, demora-se a levantar a bandeira branca e isto poderá resultar em confronto real. E lembro que a corda arrebenta sempre do lado mais fraco. Quem detém o poder então ? Estarão apostando nos seus acólitos, ou no judiciário manco ? Judiciário que já deu provas que tem a balança desregulada ?
Com tudo isto me questiono se o que passa diante dos olhos não é um processo democrático ou de uma rotina republicana, mas a chegada da hora final para alguns que, quase irracionalmente, acreditavam ter alguma chance diante da sagaz, esperta e cristalina sabedoria de Lula. Entendeu a real natureza de seu posto e viu quem deveria se sentar todo dia em sua cadeira: o povo. Por isso tolerou muita coisa, fez vista grossa para outras, mas não perdeu o obejtivo, que era governar para todos e alcançar o que era mais caro, o desenvolvimento para todos. Tinha noção exata onde deveria chegar e fez tudo que era preciso em termos de rigor, juntamente à tolerância, para alcançar o objetivo. Tanto tinha certeza de sua missão que escolheu alguém absolutamente distante da politicanagem. Alguém que o adversário nem percebeu a força. Mas a força lá estava, qual Daví, que conhecia um meio de vencer e tinha a responsabilidade de sobreviver. Seus adversários não se deram conta do tamanho do embate, pois não estavam acostumados a travar luta neste terreno. As coisas ficavam sempre no dise-me-disse, na troca de favores etc... Quando chegou a hora de entender a origem do termo "companhêro", não perceberam a profundidade deste, ( que come o mesmo pão ) e qual uma Pompadour mandaram comer brioche. Não sabiam que o povo entendia de politicanagem e não iria trocar o pão de cada dia, que agora havia na mesa, por uma promessa vã como todas as outras que lhe fizeram há décadas. Não, não perceberiam a realidade, pois sempre habitarm fora dela. Caso contrário não teríamos nas metrópoles, as favelas, as periferias miseráveis, convivendo com palácios. Não sabiam e não perceberam que a escolha desta mulher era para valer. Só quem poderia perceber era quem estivesse livre da "trava nos olhos, que oculta a visão" (Mt 7:3), ou seja, quem vivesse o dia-a-dia da busca pelo pão de cada dia. Só estes entenderam e sentiram a diferença. Os programas sociais (Bolsa Família, Fome Zero, etc...), que eram chamados de esmola, mostraram que é, e sempre será, a verdade do pão da vida que saciará a fome, a que libertará os povos.
Está escrito em Lucas (6: 25) "-Mas, ai de vós, os que estais fartos, porque tereis fome".
Tenho certeza até que a sabedoria daquela Senhora Marinho, mais que o medo de passar fome, a fez perceber que era chegada a hora de corrigir o passado; pena que os "meninos" Marinho não tenham percebido. Aquela senhora pensou no "the day after".

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