quarta-feira, 23 de junho de 2010

Tecnologia e destino

Observando o efeito da tecnologia nas transmissões desta Copa de 2010, pudemos ver não apenas aquela relacionada a transmissão de imagens, mas também aquelas aplicadas no jogo e as aplicadas no tratamento das imagens, com detecção de impedimentos não apitados e impedimentos inexistentes, faltas etc.... Falando assim o meu leitor vai imaginar que sou grande conhecedor de futebol. Não sou não, apenas observo e escuto a opinião dos sabidos e ás vezes enfadonhos comentaristas.
O que me faz refletir sobre a tecnologia aplicada são as enormes somas investidas neste aparato tecnológico. E uma pergunta vem à mente de todos nós: - Seria possível ter todas esta soma aplicada em atividades assistenciais, em atividades de socorro médico, policial, de bombeiros e demais serviços emergenciais? Não sou daqueles que se acha Alice no país das maravilhas, que acha que o mundo é injusto e tudo deveria ser como sonhamos. Acho sim, que temos uma enorme oportunidade de testar idéias e aproveitar este imenso cabedal tecnológico para por em prática novos paradigmas de sua aplicação no plano social. O Governador do Estado do Rio de Janeiro recentemente deu um salto para o futuro quando instalou internet nas favelas da cidade do Rio de Janeiro. Não precisa dizer o quanto se ouviu de críticas; no mínimo o chamaram de demagogo. Pois como poderia tamanha "quebra de paradigma" ? E é neste ponto que quero me fixar: - A aplicação da tecnologia se pauta por opções mais do que políticas, mais do que imediatas e é um instrumento de evolução cultural. A própria história da evolução da humanidade está marcada por eventos tecnológicos. Exemplos não faltam: a roda de fiar permitiu produzir agasalhos de lã, salvando os povos europeus da morte pelo frio, o estribo de montaria permitiu aos arqueiros montados hunos guerrearem com as mãos livres, mudando o curso de batalhas e alterando a extensão de dominação romana, o arado foi um enorme salto na produção de alimentos. Podemos até dizer que os instrumentos de naveção, levaram os europeus até as Américas trazendo a batata e o milho, o que também contribuiu para diminuição da fome. Tudo isto sem contar os exemplos modernos das vacinas, dos fármacos, da produção agrícola e do transporte, que em menos de cinquenta anos elevou a população do planeta de 2,5 bilhões para os atuais 6,5 bilhões de seres. Vale lembrar que muitos pensam hoje em diminuir tal população; é mais fácil comandar um mundo vazio. Aliás, os nazistas já pensavam assim...
O desafio que temos pela frente não é criar tecnologia apenas, é saber aplicá-la também. E tal sabedoria tem de incorporar valores humanitários e, portanto, exigindo criatividade e um alto nível de formação técnica por parte dos decisores das empresas e dos estados nacionais. O famoso Willian Shakespeare dizia há séculos: "Há instantes que os homens são senhores dos seus destinos". Hoje, neste século,
não há como fugir a este desafio, a quebra de paradigmas exige sabedoria e coragem, para que não sejamos senhores de um destino medíocre.

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